O BRASIL QUE SEDUZ O MUNDO (I)
O Brasil experimentou nestes últimos dez anos um salto de primeira grandeza, e se projetou no cenário mundial como um país emergente forte, ao lado da China e da Índia.E é sob essa ótica que o país é analisado pelo mundo afora, mormente agora sob a batuta da presidente Dilma Rousseff. Revistas especializadas em política, economia, meio ambiente, desenvolvimento humano e educação, são comentados largamente neste início de ano.Rodrigo Mallea, jornalista da Revista La Nación, da Argentina, faz interessante análise sobre o Brasil de hoje e, demonstrando bom conhecimento da história e da política retroage até a última Constituição, não sem apresentar uma dissertação bem humorada do fenômeno Lula.Conta que o Brasil era quase desconhecido lá pelo ano de 1936, quando o escritor austríaco Stefan Zweig passou pela primeira vez pelo Rio de Janeiro a caminho de um Congresso em Buenos Aires. Sua intenção era, como dizia ele, passar poucos dias naquela nação sul-americana de fala portuguesa. "Tinha sobre o Brasil a idéia pretensiosa que tem todo europeu ou norte-americano (...) imaginava o Brasil como uma república qualquer de América do Sul onde não se distinguem bem umas das outras” dizia. Porém ao observar o potencial brasileiro, assim como as singularidades do seu povo, Zueig não deixava de se surpreender pelo pobre conhecimento que existia do Brasil nos meios políticos e acadêmicos da época, dando como exemplo a obra de um colega inglês que leva seu personagem principal ao Rio de Janeiro para aprender espanhol!Numa parte do seu relato Mallea se detém na análise de Lula a partir do retorno do Brasil à democracia, em 1985, quando a única interrupção constitucional foi provocada pelo impeachment de Fernando Collor de Mello (1990-1992), De lá para cá, enfatiza, o país desfruta de quase duas décadas de estabilidade em termos de governabilidade, e é justamente esse consenso político-econômico que permite explicar o fenômeno Lula da Silva, um fenômeno maiúsculo em toda a história recente da política brasileira.“... sua campanha e sua ascensão foram árduas, e sem ao menos ter concluído o segundo grau, foi dirigente metalúrgico no ABC, adotando posições radicais, em decorrência das quais sofreu nas urnas por três vezes, para depois “disciplinado” pelo eleitorado, pelo seu partido e pelo cidadão, conseguir ser eleito e re-eleito como o melhor presidente que o Brasil já teve nos últimos tempos”. Com mais de 83% de aprovação na conclusão do seu segundo mandato, Lula se consagrou como o presidente mais popular e que dificilmente será superado. Lula foi único até em sua oratória, frisa Mallea, oratória marcada pela herança cultural nordestina e seu passado sindical. Recentemente editaram um dicionário de A a Z contendo suas frases mais singulares, veja algumas das mais simples:: “...As crises financeiras mundiais foram causadas por loiros de olhos azuis...” ou "Chávez é o melhor presidente da Venezuela nos últimos cem anos". Na verdade Lula é simples e popular, mas não populista. Encontramos uma particularidade muito especial nele quando rechaçou sistematicamente a possibilidade de um terceiro mandato consecutivo, fato que lhe conferiu credibilidade mundial; oportunidade, aliás, que jamais seria desprezada por nenhum dos seus antecessores.Mas Lula representou muito para o Brasil, que também ainda se digladia com a corrupção, o tráfico de drogas e outros imbróglios. Continuaremos em próximos artigos.
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O BRASIL QUE SEDUZ O MUNDO (II)
A visibilidade brasileira no concerto de países cresceu muito ao longo dos dois mandatos de Luis Inácio Lula da Silva, que mostrou para o mundo um país forte e de grande futuro, apesar dos grandes problemas internos, porém a política externa brasileira foi conduzida com muito tino e cuidado, fato que sedimentou a imagem de uma nação importante no mundo globalizado em que vivemos, e é essa imagem que é comentada pela imprensa internacional.
É comum a opinião de que a pretensão de desempenhar um papel preponderante nas relações internacionais fez o Brasil tentar conviver da melhor maneira com a maior quantidade de países, independente de sua forma de governo. Entretanto, ressaltam os jornalistas mais críticos, este comportamento custou ao Brasil, como era esperado, fortes críticas por parte de organismos de direitos humanos, diante da aprovação de regimes pouco democráticos, (entenda-se, sobretudo, regimes islâmicos) porém, também essa extrema tolerância significou o reconhecimento por países antagônicos como Cuba, Estados Unidos, Israel e Irã .
My man, mi hermano
Carismático, Lula em suas mais de 350 viagens ao exterior recebeu qualificações elogiosas como a de Barack Obama que o chamou de my man, (O Cara) “ e de Fidel Castro: "mi hermano". Nesse mesmo tom, em sua visita à região, o Chanceller israelí, Avigdor Lieberman, solicitou a mediação de Lula com o Irã, por ocasião da visita ao Brasil do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.
Em março de 2004 Lula esteve na Índia, poucos dias antes da chegada àquele país deste colunista acompanhado do diretor do O Diário da Região Vrheji Sanazar e do radialista Antonio Baltazar. Mas só para se ter idéia da pompa e circunstância com que o presidente brasileiro foi recebido nesse belo país, na cidade de Agra, onde milhares de turistas do mundo inteiro visitam o “templo do Amor”, uma das sete maravilhas do mundo, o Taj Mahal, no dia em que Lula ali esteve, a visitação foi suspensa para todos e só Lula e sua comitiva puderam visitar, o dia inteiro, esse maravilhoso palácio que tem uma longa e inspiradora história!
Segundo a opinião da maioria dos críticos, a atuação do Brasil ganhou impressionante destaque na Organização das Nações Unidas, com sede em Nova Iorque: “ ... O Brasil se destacou muito na ONU, onde agora assume a presidência temporária do Conselho de Segurança (CS) com grandes planos para um pequeno período de tempo. Apesar de ter apenas um mês no comando, o governo brasileiro quer aproveitar o período para avançar seu projeto de ocupar uma vaga permanente em um Conselho reformado e ampliado. Na pauta, pretende incluir um debate caro ao País: a necessidade de ampliação da atuação das forças de segurança da ONU para incluir o combate à pobreza”.
Encerraremos esta série na próxima coluna comentando sobre os programas sociais que de forma importante impulsionaram a sociedade brasileira nos últimos oito anos..
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