19 de agosto de 2011

ZUBIN MEHTA

Quando se viaja por Israel, geralmente  no começo do ano, e especialmente pela internacional Jerusalém, em tempo das curtas  tréguas entre judeus e palestinos, respira-se um ar suave e fresco, próprio, da época e da evocação divina de Jesus.

Ao subir pelo Monte das Oliveiras, uma encosta que dá de frente com os muros da cidade antiga, pelo lado oeste, portanto, , muito próximo do Monte Moriah, onde repousa a Mesquita de O Aqsa, e o Muro das Lamentações, num planalto que é considerado o lugar mais sagrado da cidade, entendemos cada vez mais a complexidade do ser humano que, apesar de um único e eterno Deus, tem sempre que se dividir e guerrear sem trégua em qualquer tempo.

Mas, o respeito por tudo que é sagrado e pelos lugares  por onde passou nosso Deus quando esteve entre nós,  nos transporta  instintivamente a sentir  músicas celestiais, melodias e composições que elevam nosso espírito e, nesse contexto, difícil seria separar o grande Zubin Mehta, regente  vitalício da Orquestra  Filarmônica de Israel, que tantas vezes veio nos deleitar com grandiosos concertos.

De origem indiana, o Grande regente nasceu em Bombain, e já aos 18 anos estudou no Conservatório de Viena, na Áustria, em 1958, onde  fez sua estreia; foi o início triunfal que o levaria pelos maiores conservatórios e filarmônicas do mundo.

Numa carreira plena de sucessos, o grande Zubin Mehta regeu grandes concertos e só para se ter idéia, foi talvez  um dos poucos a reger a Orchestra de Maggio Musicale Fiorentino e a Ochestra  del Teatro dell’Opera di Roma, com a participação nada menos que dos tenores, José Carreras, Luciano Pavarotti  e Plácido domingos, em Roma.
Não é preciso falar muito para ressaltar a importância  do maestro conhecido mundialmente, tanto que sua vida está sendo plasmada nas páginas de um livro biográfico intitulado: “The Zubin Mehta Story”, escrito a quatro mãos por Martin Bookspan e Ross Yockey, do qual também, já surge o roteiro de um filme sob a direção do documentarista Terry Sanders.
Nesta terça-feira o maestro desembarcou em São Paulo, veio dar continuidade a um trabalho muito especial que desenvolve na favela paulistana de  Heliópolis, na capital Paulista. Na realidade o grande regente, que desenvolve um amplo trabalho  do mesmo gênero na Índia,  se integrou por completo com o trabalho social que é desenvolvido pelo Instituto Bacarelli, e hoje, através de sua indicação, já levou sete músicos brasileiros, oriundos de áreas pobres, para a integrar a Orquestra jovem da Filarmônica de Israel, que é mantida numa cooperação entre a Filarmônica, da qual é regente Vitalício e a Universidade de Tel Aviv, que desenvolve um departamento especialmente  para alavancar novos talentos para a famossíssima Orquestra Filarmônica de Israel.
Ainda se anunciam algumas apresentações de Mehta no interior de São Paulo, uma excelente oportunidade para desfrutar da magia com que o maestro sabe reger uma filarmônica, elevando cada nota, de cada instrumento, a um nível quase celestial. Se puder assistir o grande maestro, não perca por nada!

12 de agosto de 2011

OSASCO 50 ANOS


 Falta pouco mais de 140 dias para que nossa cidade complete seu primeiro cinqüentenário, data que será festejada com toda a pompa que Osasco merece.
Nesta quarta-feira, o  prefeito Emidio de Souza empossou os membros das comissões que se encarregarão de organizar  os trabalhos nesta reta final, e também preparar os festejos, sempre  sob a coordenação  inalienável  do jornalista Roberto Espinosa.
Entre os discursos que forma  proferidos podemos destacar a rememoração que se fez à Osasco  quando mal acabara de passar de bairro afastado da capital, para o incipiente município que começava a esboçar seus passos iniciais de autonomia.
Uma diferença brutal  pois o desenvolvimento imprimiu,  em todos os sentidos,  avanços que acompanharam o andar dos tempos e com eles se modernizou.
Hoje a cidade cresceu em alta velocidade, e muito já se fez para se chegar onde se chegou, mas não  há dúvida de que sempre, e em todo tempo, haverá muito ainda a se fazer, pois o ser humano não é um ente estático e tudo que se faz, se faz em função dele mesmo, de maneira que sempre surgirão novos e renovados desafios da cidade que esperamos  encontrem sempre em seus governantes as respostas adequadas para continuar com o desenvolvimento e a grandeza de Osasco.

A Osasco de outras décadas, hoje é lembrada em fotografias e vídeos, muitas gerações viveram essas fases de transições contínuas, mas há muitas outras, as mais recentes que só conhecem Osasco numa feição atual.
Esta cidade que nasceu como uma pequena vila fundada pelo imigrante italiano Antonio Agu, já  foi cenário de muitas pugnas políticas e acirrados enfrentamentos, viu passar, sobretudo,  muita gente importante, gente que trabalhou com redobrado afinco para acrescentar seu grão de areia na construção de uma cidade que a largos passos avançou em direção ao seu brilhante futuro.
Ainda será publicado um livro que registre todo esse andar, mesmo que contado pelo viés folclórico, pois ainda estão entre nós, e esperamos que  por muito tempo ainda, testemunhas oculares desta história. Entretanto, toda a sociedade civil tem o dever de integrar-se nesse homérico trabalho denominado Projeto Osasco 50 anos, que nasceu da brilhante iniciativa do prefeito Emidio de Souza.
A cada dia, resta menos um dia para chegarmos finalmente ao grande dia,  e nós que amamos nossa cidade, temos que participar com as comissões para que este evento marque uma data que jamais será esquecida.

11 de agosto de 2011

ESCOLA MODELO


            Mais do que só uma escola modelo, um Centro de Educação Unificada,  o que  em outras palavras significa dizer, que abrigadas num mesmo espaço  físico,  por sinal muito adequadamente projetado  e distribuído, funcionam:  berçário, escola infantil, EMEI e EMEF, assim acaba de ser inaugurado  o CEU do Jd. Santo Antonio.
             A primeira unidade do CEU  foi inaugurada em  fevereiro de 2010 no  Jd. Elvira,  zona Norte de Osasco, e hoje já produz grandes frutos em benefício da comunidade.
            A experiência,  largamente satisfatória na capital, em vários centros educacionais deste gênero,  trouxe  grande expectativa   a  Osasco, hoje uma cidade/município, que nos últimos 7 anos vem experimentando  mudanças significativas e que soube, com grande estilo, implantar e  inaugurar seus dois primeiros CEUS.
             No mais,  quando se fala em educação de qualidade, já podemos nos referir a toda a rede de ensino municipal, com destaque muito especial  para os  Centros de Educação Unificada, que reúnem  num único local  toda a estrutura necessária,  à boa educação, oferecendo  lazer e esporte, merenda escolar de qualidade,  aulas de informática --hoje um conhecimento completamente indispensável--; quadra poliesportiva,  play ground e piscina semi-olímpica.
             O tempo das escolas de lata e as de paredes de madeirit, cobertas com telhas finas de Eternit, que se  espalhavam pela periferia da cidade,  ficou, há sete anos já, esquecido da nossa memória, porque representava uma volta aos tempos medievais e as desastrosas "escolas" cederam espaço para dezenas de outras, planejadas e bem construídas,  novas e reformadas, hoje facilmente identificadas com um estojo de lápis de cor em sua fachada.
            Entendemos que no ambiente político muitas vezes se fala muito para fazer muito pouco, se alardeia demais em torno de qualquer coisa que significativamente não representa nada  realmente palpável e útil para a sociedade.
         Nesse aspecto,  temos  que reconhecer que o governo Emidio de Souza tem demonstrado denodo e competência,   e atualmente Osasco dá inquestionáveis provas de desenvolvimento e qualidade de vida.
          Osasco mais uma vez se destaca nominando próprios e outros equipamentos municipais, com o nome de personalidades como é o caso da Dra. Zilda Arns, Cidadã Osasquense, baluarte da defesa dos mais carentes e dos direitos da Pessoa humana, que emprestou seu nome ao primeiro CEU da cidade, no  Jd, Elvira, na Zona Norte  e, agora, a homenagem, mais do que merecida a um homem que amou o Brasil como poucos, grande homem das letras e certamente  um dos maiores escritores da língua portuguesa, Premio Nobel de Literatura, e que pouco antes de falecer  esteve em São Paulo lançando, simultaneamente em vários outros países, o seu livro: "A Viagem do Elefante", do qual recebemos pessoalmente sua dedicatória; nos referimos ao grande escritor lusitano José Saramago, que deixa seu nome para sempre no segundo CEU que foi inaugurado na sexta-feira passada.

3 de agosto de 2011

BOLLYWOOD DREAMS

            A  maior produção mundial de filmes de longa metragem não está, como se poderia imaginar, em Hollywood, lá na bela California, nos Estados Unidos, e nem na Cinecitta,de Roma,  na Itália e sim na Índia.
            A Índia é o país responsável em media por 800 filmes de longa metragem por ano, produzidos  pelos próprios indianos.
            Num país enorme, em território e em população, atualmente com quase um bilhão de habitantes --só está abaixo da China  que tem algo em torno de 1,2 bilhão  de habitantes--, além do aspecto de religiosidade, somente as sessões de filmes que são exibidos em casa aos fins de semana podem reter tanta gente dentro de padrões religiosos e comportamentais sem igual.
            Naturalmente que a maioria dos filmes que por lá são produzidos não têm qualquer interesse para nós, especialmente por questões culturais; são filmes melodramáticos, com músicas lânguidas e compridas.
           Os filmes indiandos, com raras exceções trazem diretores famosos ou envolvem temas além dos seus padrões, argumentos  e história para realizar filmes que revolucionem, eles têm demais.
            A Índia tem uma história fabulosa, e se formos falar dos mongóis para esta parte poderemos encontrar guerras e invasões incríveis. Nada disso é mostrado na maioria dos filmes produzidos na Bollywood, até mesmo porque o objetivo dos argumentos é de congregar a  família em torno de filmes de amor, ternos, onde as carícias são quase só com gestos e presentes. Sexo, nem pensar em mostrar qualquer cena que possa manchar o respeito que se guarda na família.
            Só o Mahabarata, o maior épico que já se escreveu desde épocas imemorais, traria tantas histórias, reais e de ficção, que certamente se produziriam belos filmes de ação e  histórias que fundiriam a saga conquistadora com o amor, como foi a história que originou a construção do Taj Mahal, uma das maravilhas do mundo.
            Com todo esse panorama multicolorido de cultura e história, a Índia atraiu uma paulista para rodar um longa, que mais parece um curta metragem, contando as peripécias de três atrizes brasileiras.
          Rodado com parcos recursos, numa produção que contou com o beneplácito dos indianos, o filme da diretora Beatriz Seigner, que já morou algum tempo na Índia, pretendeu levar à tela uma história inédita que envolveria diversos aspectos culturais, com o paralelismo entre a Índia e o Brasil.
            A história principal se baseia, grosso modo, na busca de trabalho profissional de três jovens atrizes. Esperando causar certo impacto  nesse país de arraigados princípios de religiosidade,  ao invés de encontrarem trabalho, acabam descobrindo a espiritualidade, num lento aprendizado de deuses, danças e viagens e viagens de trem por essa imensidão territorial.
            Muito nova e ainda inexperiente a diretora não teve os recursos necessários para realizar um trabalho mais cuidado, ao contrário, quando voltou encontrou uma dívida razoável para saldar. Mas, assim mesmo,  valeu muito a pena!