3 de agosto de 2011

BOLLYWOOD DREAMS

            A  maior produção mundial de filmes de longa metragem não está, como se poderia imaginar, em Hollywood, lá na bela California, nos Estados Unidos, e nem na Cinecitta,de Roma,  na Itália e sim na Índia.
            A Índia é o país responsável em media por 800 filmes de longa metragem por ano, produzidos  pelos próprios indianos.
            Num país enorme, em território e em população, atualmente com quase um bilhão de habitantes --só está abaixo da China  que tem algo em torno de 1,2 bilhão  de habitantes--, além do aspecto de religiosidade, somente as sessões de filmes que são exibidos em casa aos fins de semana podem reter tanta gente dentro de padrões religiosos e comportamentais sem igual.
            Naturalmente que a maioria dos filmes que por lá são produzidos não têm qualquer interesse para nós, especialmente por questões culturais; são filmes melodramáticos, com músicas lânguidas e compridas.
           Os filmes indiandos, com raras exceções trazem diretores famosos ou envolvem temas além dos seus padrões, argumentos  e história para realizar filmes que revolucionem, eles têm demais.
            A Índia tem uma história fabulosa, e se formos falar dos mongóis para esta parte poderemos encontrar guerras e invasões incríveis. Nada disso é mostrado na maioria dos filmes produzidos na Bollywood, até mesmo porque o objetivo dos argumentos é de congregar a  família em torno de filmes de amor, ternos, onde as carícias são quase só com gestos e presentes. Sexo, nem pensar em mostrar qualquer cena que possa manchar o respeito que se guarda na família.
            Só o Mahabarata, o maior épico que já se escreveu desde épocas imemorais, traria tantas histórias, reais e de ficção, que certamente se produziriam belos filmes de ação e  histórias que fundiriam a saga conquistadora com o amor, como foi a história que originou a construção do Taj Mahal, uma das maravilhas do mundo.
            Com todo esse panorama multicolorido de cultura e história, a Índia atraiu uma paulista para rodar um longa, que mais parece um curta metragem, contando as peripécias de três atrizes brasileiras.
          Rodado com parcos recursos, numa produção que contou com o beneplácito dos indianos, o filme da diretora Beatriz Seigner, que já morou algum tempo na Índia, pretendeu levar à tela uma história inédita que envolveria diversos aspectos culturais, com o paralelismo entre a Índia e o Brasil.
            A história principal se baseia, grosso modo, na busca de trabalho profissional de três jovens atrizes. Esperando causar certo impacto  nesse país de arraigados princípios de religiosidade,  ao invés de encontrarem trabalho, acabam descobrindo a espiritualidade, num lento aprendizado de deuses, danças e viagens e viagens de trem por essa imensidão territorial.
            Muito nova e ainda inexperiente a diretora não teve os recursos necessários para realizar um trabalho mais cuidado, ao contrário, quando voltou encontrou uma dívida razoável para saldar. Mas, assim mesmo,  valeu muito a pena!


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