Este conto foi inspirado pelo Dr. José Rady Cuéllar Urizar, a
muita honra meu querido e saudoso irmão,
o melhor médico clínico que a cidade já teve, e que uma única vez me
contou o início desta obra que pretendia publicar, porém, em sua memória, e
dedicado a ele, seja onde for que se
encontre, o faço agora com muito carinho e saudade, pela rede da Internet.
Ninguém sabe ao certo de onde veio Larizati, que numa pequena
nave surgiu proveniente de longíqua galáxia ou mesmo da própria Via Láctea,
nossa Galáxia.
Por vários anos terrestres ele observou os homens, sua forma
de ser e de viver, até que finalmente chegou o dia de acabar seu trabalho no
planeta azul, a Terra,e voltar para o lugar de onde veio.
Sua nave penetrou em alta velocidade a atmosfera terrestre, e
larizati foi descendo rapidamente em direção à superfície do planeta, até que
sua nave parou no ar e pulou numa alva nuvem que estava ao lado, e com ela o ET desceu
na extensa noite do pólo, conhecido pelos humanos como Pólo Norte.
Larizati tinha o dom
de saber os pensamentos presentes e passados de uma pessoa, de igual maneira
via as imagens anteriores ou presentes da
mesma. Foi assim que descobriu que estava no meio do Ártico na noite polar que
dura 6 meses. Enquanto fazia esta leitura do pensamento de um esquimó, viu 6
renas que puxavam no ar um trenó com o velhinho mais conhecido do mundo, o Papai
Noel, vinha ele sentado no trenó carregando um enorme saco vermelho, cheio de
brinquedos, para as crianças da Lapónia.
Mas o que mais lhe chamou a atenção foram as luzes brilhantes
da Aurora Boreal, que lá se movimentam no ar como se fossem vivas pinturas.
Mas o frio estava causticante, e Larizati, que comandava sua
nave, estacionada nas alturas, como que
por controle remoto, se movimentou para
a Ásia, lá visitando o Japão, a china e
os coreanos, sentiu profundamente o pensamento dos mongóis, dos indianos, em
fim, dos Asiáticos em geral, cuja grande maioria é de Budistas, e trazem consigo uma cultura
milenar.
Dos árabes aprendeu muita coisa, especialmente a paciência e
uma cultura muito especial e antiquíssima.
No Oriente Médio, onde chegou instantaneamente, primeiro em
Telavive, depois em Belém e o Mar da Galileia, o Rio Jordam e por fim em
Jerusalén, entre outros, visitou por onde Jesus-Cristo, nasceu, cresceu, andou, foi morto,
e subiu aos céus ao terceiro dia.
Foi de veras uma visita muito emocionante, por que nada é invenção,
nada é difuso , tudo é certo, e lá permanece para quem quiser ver.
Entretanto, nada mais havia que ver lá, e, assim, Larizati,
num piscar de olhos, estava do outro lado do Mediterrâneo. Viu a Praça São
Pedro cheia de fiéis do mundo todo, ouvindo as palavras do Papa Francisco, que
hoje é o mais legítimo sucessor de Cristo. Andou mais um pouco em Roma, quando viu
o ex-primeiro Ministro e então Senador Berlusconi, pelas barbaridades que
cometeu, ser expulso do Senado italiano.
Que cidade complicada-, pensou Larizati, só não é pior pelos
lindos monumentos de história e de
arte que ornam sua ruas.
Um segundo, se tanto, e Larizati já estava ao pé da estátua
da Liberdade, bem enfrente a Manhatan, a
ilha mais rica do planeta onde visitou um dos locais mais sombrios da história,
o buraco onde um dia existiram as torres gêmeas. Esse foi um ato brutal que o
homem engendrou e matou mais de 5000 pessoas de uma só vez.
Não há, na realidade, o que se duvidar, esta é a ilha mais
rica do planeta, a capital financeira do mundo.
Não podia deixar de visitar o Continente africano, a começar
pelo Marrocos a NW e o Egito, na outra ponta; com sua a belíssima capital, a
cidade do Cairo, --lotada com as mulheres misteriosas de preto, só à vista os olhos aparecendo por trás das
famosas burkas--, em cujos arredores situa-se
o planalto de Gizé, onde foram
construídas, há mais de 5000 anos, as três maravilhosas pirâmides e a famosa
Esfinge de Gizé. Estes monumentos da antiguidade fazem parte das sete
maravilhas do planeta.
No extremo Sul do Continente ainda conheceu a Terra de Nelson Mandela, o líder que é um exemplo de
humildade e fraternidade para o mundo.
Ainda conheceu várias e belas cidades e se encantou com Cape
Town, onde de um salto só subiu a Table Mountain, e pode ter uma esplendorosa visão do Porto, voltando
depois à bela cidade onde o Dr. Christian
Barnard fez o primeiro transplante de coração de humanos.
No Cabo da Boa Esperança viu que nos tempos das galeras, estas
se movimentavam porque suas velas eram empurradas pelos ventos do Atlântico e
do Índico.
Naquele promontório sentiu um vento tão forte que nada
resistia, além de um pequeno mirante construído na época das grandes navegações
e dos expertos babuínos que rondavam os
turistas em busca de coisas brilhantes e para tomar e fugir por trás dos galhos
das árvores os sorvetes roubados.
Larizati subiu de novo na sua nuvem e no mesmo instante estava sobre as geladas
montanhas da Cordilheira dos Andes. Visitou o Machu Picchu no Peru, a cidade de
pedra, construída no alto de uma montanha, de onde o império incaico espalhou
parte do seu domínio.
Ainda sobrevoou o belo Lago Titicaca, entre o Perú e a
Bolívia, e depois visitou o Salar de Uyuni, local de uma beleza inenarrável,
onde há um hotel inteiramente construído com tijolos de sal. Larizati voou por
cima da bela montanha chamada Illimani, um portento de beleza, e foi conhecer
um pouco da Patagônia argentina. Foi até o limite do Continente e a Antártida, e
ao ver uma interminável planície resolveu conhecer O Brasil, e assim foi, voou
até o Rio de Janeiro, onde também chegou num piscar de olhos. Do alto do Cristo
Redentor viu uma cidade bonita e cheia de muita beleza natural.
Na mesma hora já estava na Cinelândia, e, ao ver tanta gente pobre
nas ruas, sentiu-se muito triste, decidiu, então, tomar a forma humana, com
vestimentas muito simplórias, para não ostentar nenhum tipo de riqueza e nem
chamar a atenção dos terráqueos, na verdade queria passear pela cidade sem ser
notado. E assim foi, tornado-se humano, por algum tempo a pobreza e a fome
doeram menos, e subiu no primeiro ônibus que passou pela sua frente, era
Castelo, assim, viajou por mais de uma
hora sem destino, ao contrário, conheceu , entre outros, os municípios de cascadura, Cavalcante e o Meier. Em Cascadura lembrou do Dr. Fernando Julio Sheg e família,
amigos de um amigo que Larizati conheceu no Rio, e que lá moravam, há muito tempo, vindos da
Bolívia.
Depois voltou no mesmo ônibus e, colado à janela, viu como é
difícil a vida daquele que não tem
sequer um centavo no fundo do bolso.
Mas era necessário dar um pulo pela baixada Fluminense, lá
além de conhecer o homem como centro e principio de todo o planeta, por certo,
conheceria a vida daqueles menos aquinhoados pela sorte. Foi assim que conheceu
Austin, Pavuna e Nova-Iguaçú, entre outros.
Mas...como passa rápido o tempo neste planeta, pensou- e já
estava na hora de voltar ao centro, afinal a bela Cidade Maravilhosa o esperava.
E assim foi, Larizati voltou ao Rio desembarcando perto da Av. Rio Branco, pegou uma condução para a Urca, e depois subiu
ao Pão de Açucar, lá, do alto, ficou olhando à cidade Maravilhosa, tudo
muito lindo, no fundo da bahia aparecia a Ponte Rio-Niteroi, e o aeroporto
Santos Dumont.
Como era fim de ano, havia uma movimentação anormal na
cidade, mas tudo contribuía para torná-la mais bonita, cheia de luz e vida. Em contrapartida, nos
morros que estão próximos à cidade, a mudança de ano foi saudada com tiros de
R-15 em direção ao alto.
Já havia visto o necessário para ter uma idéia do Rio de
Janeiro, assim, naquele mesmo instante estava já na Praça da República, em São
Paulo. Andou de ônibus, trem e metrô, conheceu a Av. Paulista, O Masp, O
Ibirapuera, o Memorial da América Latina, o Pq Villa Lobos, o Zoológico e o
município do Embú das Artes, entre outros, tantos foram os lugares por onde
andou.
Larizati ficou sabendo que São Paulo é o coração financeiro
do Brasil, e que é, sem dúvida alguma, uma das maiores metrópoles do mundo.
Aqui hoje vivem em torno de vinte milhões de pessoas num verdadeiro mosaico de etnias.
Há o caso Lalau a ser relatado. O fato aconteceu na
construção do Fórum da Justiça do
Trabalho de São Paulo, onde um ex-Juíz sumiu para Miami com alguns milhões de
dólares. Lá o Juiz dava uma de "boy" com carros conversíveis pela
Miami Beach. Em pouco tempo perdeu a maioria desses bens e, agora, velhinho,
vive em prisão domiciliar. Há caso do INSS e a Georgina, que relataremos em
outra obra junto a vários outros casos.
Enfim, com certeza para conhecer tudo que esta maravilhosa
cidade oferece, seriam precisos meses e meses de visitas e passeios, o que na
realidade não estava previsto.
Foi assim que, na velocidade do pensamento, chegou ao Eixo
Monumental em Brasília. Conheceu a área comercial, o belo lago Paranoá, a
Rodoviária, o Conjunto Gilberto Salomão,
as mansões do contorno, inclusive a Casa da Dinda, residência do ex-presidente
Fernando Collor de Melo.
Depois na rapidez de um raio, visitou a Catedral, projeto de
Oscar Niemayer, e a esplanada dos Ministérios, bem como o Itamarati e o prédio
que abriga o STJ. Lá, no STJ soube que mais de uma dezena de mensaleiros foram
para a Cadeia da Papuda.
Bem, antes de partir, Larizati deixou escrito numa placa:
" A felicidade terrena não existe. Você pode enganar uma
ou mil vezes, mas jamais escapará do julgamento final. Cuide para não ir de
cabeça para o inferno onde não haverá
volta e sim ranger de dentes e
choro. Seja sempre honesto com você mesmo, se interesse mais pelo anima Mundi".
Uma luz branca-azulada clareou o céu e depois se afastou até
sumir.
HUGOALBERTO
CUÉLLAR URIZAR
( Dr. JOSÉ RADY CUÉLLAR URIZAR)
É Cineasta,
Jornalista e escritor, é diretor técnico
da Produtora
Sudameris em Osasco-SP
sudamerisosasco@hotmail.com