O "Velho Chico" como carinhosamente é chamado o Rio
São Francisco, nasce no Planalto Central, resultado de uma conjunção de
pequenos córregos, ganha força e volume e, passando por vários estados, até desembocar
no Atlântico, traça um sinuoso leito que vai ganhando verde e vida.
Nessa região é o acidente hidrográfico de maior importância,
e alimenta toda a gente ribeirinha, as cidades às suas margens e é o mais
importante meio de locomoção da região.
Na verdade, o velho Chico é de longe o maior rio da região,
ele foi cantado em verso e prosa em todas as épocas, é difícil imaginar essa
região toda sem esse histórico rio.
Foi lá, às suas margens, na Juazeiro do Norte, que já cultua
e devota um grande carinho pelo "Padim Ciço", dono de romarias de
todo o Nordeste que nasceu, aquele que se tornaria um verdadeiro monstro das
artes cênicas, nos referimos a José Wilker.
Nestes últimos dias, o Brasil, especialmente o público ligado
à dramaturgia, foi surpreendido com a morte de dois expoentes da arte de
representar, estamos falando de Paulo Goulart, que morreu semanas atrás, e
agora, o súbito desaparecimento do grande José Wilker.
Certamente, o país perde dois dos seus maiores atores e, há
de demorar muito tempo, até o aparecimento de atores tão versáteis como
eles. Mas temos que reconhecer que tanto
Paulo Goulart, como José Wilker, nos deram grandes e sustentáveis provas de seu
profissionalismo, versatilidade e competência como atores, e, é claro, com
tantas qualidades em seus curriculuns, não podem entrar no rol dos esquecidos.
A pequena cidade de Juazeiro do Norte, ainda não saiu do
estado de torpor total quando soube que perdeu, repentinamente, um dos seus filhos mais queridos e famosos:
José Wilker, dono de uma carreira profícua na arte de representar, e com mais
de sessenta trabalhos, entre filmes, peças de Teatro e na televisão, foi
marcado por uma vitoriosa carreira no Brasil e no exterior.
Foi o ator de maior destaque em filmes recordistas de bilheteria, como D. Flor e seus Dois Maridos, sob a direção de
Bruno Barreto, uma adaptação da obra do grande escritor baiano e um dos maiores
do Brasil e do mundo: Jorge Amado.
Wilker nos deu mostras de sua versatilidade inata como ator,
quando sob a direção de Cacá Diegues, foi o ator principal do bem sucedido
filme Bye Bye Brasil.
Dono de famosa voz, José Wilker, foi, sem sombra de dúvida,
um dos maiores atores de todos os tempos, contracenando com grandes personalidades do cinema, do teatro e
da televisão Brasileiras.
Mas apesar da fama e da riqueza, José Wilker não deixou que
estes dois predicados lhe subissem à cabeça, sempre teve uma vida simplória, e
foi muito prestativo, por isso mesmo muito
querido e admirado por todos os seus colegas de trabalho.
HUGO ALBERTO
CUÉLLAR URIZAR
é jornalista
formado em São Paulo,
é cineasta e
escritor.
sudamerisosasco.hugo@hotmail.com