14 de abril de 2014

JOSÉ WILKER

                               


           O "Velho Chico" como carinhosamente é chamado o Rio São Francisco, nasce no Planalto Central, resultado de uma conjunção de pequenos córregos, ganha força e volume e, passando por vários estados, até desembocar no Atlântico, traça um sinuoso leito que vai ganhando verde e vida.

            Nessa região é o acidente hidrográfico de maior importância, e alimenta toda a gente ribeirinha, as cidades às suas margens e é o mais importante meio de locomoção da região.

                    Na verdade, o velho Chico é de longe o maior rio da região, ele foi cantado em verso e prosa em todas as épocas, é difícil imaginar essa região toda sem esse histórico rio.

                 Foi lá, às suas margens, na Juazeiro do Norte, que já cultua e devota um grande carinho pelo "Padim Ciço", dono de romarias de todo o Nordeste que nasceu, aquele que se tornaria um verdadeiro monstro das artes cênicas, nos referimos a José Wilker.

            Nestes últimos dias, o Brasil, especialmente o público ligado à dramaturgia, foi surpreendido com a morte de dois expoentes da arte de representar, estamos falando de Paulo Goulart, que morreu semanas atrás, e agora, o súbito desaparecimento do grande José Wilker.

               Certamente, o país perde dois dos seus maiores atores e, há de demorar muito tempo, até o aparecimento de atores tão versáteis como eles.  Mas temos que reconhecer que tanto Paulo Goulart, como José Wilker, nos deram grandes e sustentáveis provas de seu profissionalismo, versatilidade e competência como atores, e, é claro, com tantas qualidades em seus curriculuns, não podem entrar no rol dos esquecidos.

                   A pequena cidade de Juazeiro do Norte, ainda não saiu do estado de torpor total quando soube que perdeu, repentinamente,  um dos seus filhos mais queridos e famosos: José Wilker, dono de uma carreira profícua na arte de representar, e com mais de sessenta trabalhos, entre filmes, peças de Teatro e na televisão, foi marcado por uma vitoriosa carreira no Brasil e no exterior.
Foi o ator de maior destaque em filmes  recordistas de bilheteria, como  D. Flor e seus Dois Maridos, sob a direção de Bruno Barreto, uma adaptação da obra do grande escritor baiano e um dos maiores do Brasil e do mundo: Jorge Amado.

                      Wilker nos deu mostras de sua versatilidade inata como ator, quando sob a direção de Cacá Diegues, foi o ator principal do bem sucedido filme Bye Bye Brasil.

                       Dono de famosa voz, José Wilker, foi, sem sombra de dúvida, um dos maiores atores de todos os tempos, contracenando com  grandes personalidades do cinema, do teatro e da televisão Brasileiras.

                 Mas apesar da fama e da riqueza, José Wilker não deixou que estes dois predicados lhe subissem à cabeça, sempre teve uma vida simplória, e foi muito prestativo, por isso mesmo muito  querido  e admirado  por todos os seus colegas de trabalho.



HUGO ALBERTO CUÉLLAR URIZAR
é jornalista formado em São Paulo,
é cineasta e escritor.


sudamerisosasco.hugo@hotmail.com

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