31 de março de 2011

A CARTA DE OSASCO

Osasco recebeu neste final de semana delegações de quase todo o Brasil que vieram participar do Congresso  Brasileiro de Teatro, um evento de grande importância  que discutiu políticas públicas de incentivo nesse segmento.
O Congresso foi abrilhantado com a presença da Ministra de Cultura Ana de Holanda, do Senador Suplicy, do prefeito Emidio de Souza, do Secretário de Cultura Luciano Jurcovich, do deputado Marcos Martins, e de outras autoridades e representantes  da classe.
Como o evento tinha um cunho eminentemente  cultural, na entrada do salão principal do Centro de Formação dos Professores, havia uma exposição de obras literárias para venda, e nos intervalos não deixaram de brilhar poetas e artistas que mostraram sua experiência e categoria.
Nos dois dias em que foram realizados os trabalhos houve calorosas discussões entre as várias representações, e nada mais justo que debater os novos rumos do teatro, cujo último encontro nacional aconteceu  há mais de três décadas, no Rio de Janeiro.
Na realidade decorreu  muito tempo para se pôr em dia, com essa amplitude,  os interesses do teatro nacional.   Sabido está que por todo esse tempo foram mínimas as iniciativas do estado em querer  revigorar o segmento, até porque  nunca a cultura foi vista com a importância que merece.
Teatro é cultura, assim como cinema, música, literatura e todas as outras expressões do ser humano;  a cultura de um povo está representada por uma série  muito complexa de manifestações que envolvem costumes, hábitos, produção intelectual, e toda uma herança atávica do homem em sua sociedade.
Algumas iniciativas como a Lei Rouanet já ficaram um tanto quanto ineficazes, os tempos mudam, as características da sociedade se renovam e as leis em geral têm que acompanhar essa mudança permanente.
No cinerma, por exemplo, a Lei Rouanet só tem privilegiado alguns grupos, especialmente do eixo Rio-São Paulo, que o diga por exemplo  o produtor Luis Carlos Barreto, porém onde encontramos um incentivo para cinema de menor porte financeiro,  mas de maior peso cultural?
Por quê se obstrui tanto o acesso a inúmeros talentos e projetos que representam a cultura genuína, em detrimento de propostas mais políticas e que visam principalmente  o retorno financeiro, e que necessitam  de investidores e até diretores estrangeiros, com temas como o lixão do Rio, que teve pretensão do último Oscar da Academia Americana?
Certamente a resposta poderá ser encontrada, e fazemos votos de que assim seja,  no Projeto de Lei 6.722/2010, relativo ao programa Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura, ProCultura, que foi discutido no Congresso que acabou de ser realizado, resultando no importante manifesto denominado “Carta de Osasco”.
Osasco deu um “up grade” em termos de cultura. Provavelmente a partir de agora se despertem  investimentos em cultura, em todas suas áreas, é o nosso desejo!


25 de março de 2011

INCLUSÃO SOCIAL

A inclusão social se consubstancia através de diversas  ações e normas que objetivam diminuir as diferenças entre as pessoas, mormente daquelas que carregam dificuldades ou mesmo deficiências de alguma natureza,  até  mesmo limitações físicas ou psicológicas das mais diversas origens.
Integrar socialmente significa fazer com que as pessoas que tudo tem para ser diferentes, na verdade  excluídas das outras consideradas iguais, se tornem o mais iguais possíveis e vivam sua vida interagindo dentro da sociedade da melhor maneira  possível.
Em São Paulo a Prefeitura está adotando uma exemplar ação de inclusão social daqueles que têm algum tipo de deficiência na identificação das cores semafóricas.
Esta deficiência  que  faz a pessoa confundir  algumas cores ou até mesmo não identificá-las, em suas diversas escalas é conhecida como daltonismo.
O portador desta deficiência,  que em geral é congênita, ou seja,  não adquirida,  tem o direito  como tantos outros portadores deficiências, de poder integrar-se na sociedade vivendo uma vida normal.
A cidade de São Paulo é pioneira no Brasil ao pintar uma linha branca que passa  à altura da luz amarela do semáforo, separando claramente, para cima a luz vermelha e para baixo dessa linha o verde.
É uma excelente maneira de auxiliar qualquer motorista principalmente à noite, em especial  para os que têm dificuldade de identificar a cor das luzes do semáforo.
Por falar em cores dos semáforos, certamente todos já viram que de um aparelho para outro as cores verdes, as amarelas e as vermelhas são muito diferentes, em alguns casos estão tão desbotados que realmente se confundem.
Portanto, a faixa branca que delimita o meio do semáforo é uma importante ajuda para uma condução mais segura dos veículos.
Estão de parabéns as autoridades de trânsito de São Paulo, e mesmo que esta providencia não  seja tomada com muita rapidez, pois são milhares os semáforos na Capital, seria desejável que esta providencia fosse também adotada em Osasco, em locais onde  estão instalados os semáforos convencionais, evitaria muitos acidentes.
      E por falar em acidentes, há algum tempo sugerimos às autoridades de trânsito a instalação de um semáforo entre a rua Nilo Peçanha e  a Av. Antonio C. Costa, pois esse entroncamento se tornou extremamente perigoso em qualquer horário, especialmente de manhã e à noite.
A rua Nilo Peçanha  é uma das poucas ruas que liga diretamente a Av. Visconde de Nova Granada com a Avenida Antonio C. Costa, que atualmente é cheia de comércio de ponta a ponta, e por ela o tráfego é intenso. Já a Nilo Peçanha também tem um movimento contínuo,  não apenas de automóveis mas também e diariamente de caçambas da construtora Nova Era, carretas e até tratores que passam por cima das  lombadas fazendo tremer tudo em volta.
Esperamos providências.

23 de março de 2011

DEVANEIOS DE OUTONO

           O Outono chegou  com o desfolhar das árvores que formam tapetes de folhas secas pelas ruas e alamedas. Nosso grande astro fica mais distante e sua luz nos chega menos quente, mais lânguida, parece que tudo parou por trás de uma paisagem  quase sem cor, um tanto nostálgica.
De forma alguma  queremos intuir sobre a natureza dessa mudança, ao contrário, observá-la e até compará-la com os relatos contidos num incunábulo que certa feita tive a oportunidade de ver em Paris --algo impresso lá pela metade do século XVIII, uma relíquia guardada a sete chaves, se não mais--, ostentando gravuras em metal dourado e madeira,  descrevia os belos outonos na região de Versailles, tudo impresso numa deliciosa simplicidade, mas com cuidado e maestria ímpares.
Subindo a ladeira do Jardim D’Abril, em direção ao ponto final, o vento arrasta as folhas das grandes árvores, as deixa voar e, mais uma vez,   a natureza nos lembra que para ela chegou a hora de mudar, que tudo vai passando, envelhecendo, e mesmo as folhas novas que virão na outra primavera, não deixarão a árvore mais nova. Envelhecer, é irreversível!
Na ordem do imaginário este vaivém da vida repetir-se-á também enquanto vivermos. Mas o planeta começa a dar sinais evidentes de mudanças mais drásticas que podem alterar inesperadamente os planos de qualquer humano. Não foi isso que aconteceu no Japão?
Os últimos dias foram agitados demais. A visita do presidente Obama ao Brasil concentrou a atenção do mundo, diminuindo as notícias vindas do Japão, onde a cada dia aumentam as vítimas dos terremotos, do terrível tsunami e, não bastasse, ainda propagação radioativa dos reatores atômicos de Fukushima, atingidos pela catástrofe.
Na Líbia, a resistência do ditador Kadafi, que já “saqueou” ao longo de quarenta e tantos anos um país e um povo pobre, beirando a miséria, continua  agora  com um confronto fratricida.
Deixando de lado ainda os devaneios do outono e o que acontece pelo mundo, é preciso lembrar que o ambiente político em São Paulo vai esquentando, e como  sempre, em política tudo é possível, depende dos interesses em jogo, e aqueles que até ontem eram amigos fraternos, hoje, muito antes das eleições, já se tornaram adversários;  Alckmin e Kassab  se querem ver pelas costas!
Na realidade é uma boa pedra no sapato do governador que agora enfraquece sua posição e encontrará, no novo partido de Kassab e aliados, uma resistência maior nada amorfa  e com potencial.
E como tudo na vida é questão de tempo, muita coisa ainda irá acontecer ao longo deste ano, e mais ainda no próximo. É só questão de aguardar para ver.
Em Osasco a expectativa maior é com a Universidade Federal e, provavelmente, numa aula inaugural que contará com a presença da Presidente Dilma Rousseff, do Ministro da Educação, e naturalmente do anfitrião, o  prefeito Emidio de Souza, o Deputado Federal João Paulo Cunha, o Estadual Marcos Martins, para citar algumas das maiores personalidades.
A Universidade Federal em Osasco representa um anseio muito acalentado por todos e contribui para que nossa cidade  se destaque ainda mais  em toda a região Oeste como uma cidade que caminha célere para o seu cinqüentenário, contando com a maior quantidade de instituições de nível superior, assim como de sua grande pujança tanto que  hoje já é considerada a terceira maior do estado, incluindo a capital, e a décima do país.

22 de março de 2011

OBAMA NO BRASIL

São  plenamente justificadas as medidas extremas de segurança, hoje e amanhã, adotadas pelas autoridades norte-americanas e brasileiras, em Brasília e no Rio de Janeiro, quando o Presidente Barack Obama estará no  Brasil.
Não se exagera em nada,  porque apesar dos esforços das autoridades, a violência no país alcançou limites exorbitantes. Por outro lado, a América do Norte é um país que carrega  uma funesta tradição de assassinar seus presidentes, desde Lincoln, até John Kennedy, passando por atentados como o de Ronald Reagan, o famoso presidente cowboy.
E não foi  apenas isso, os  presidentes Bush, pai e filho, não deixaram muitas saudades pelo seu estilo arrogante e agressivo, a ponto de o antecessor de Obama levar uma sapatada, que por sorte não o atingiu,  num desses países onde os americanos  não são bem recebidos.

O presidente Obama que segunda feira segue para o Chile, demonstra um categoria e até simplicidade muito pouco observadas nos últimos presidentes americanos. Nesta visita ao Brasil, esperada para  2010, haverá um espaço para o reencontro com nosso nosso ex-presidente Lula que, ao longo dos seus dois  mandatos,  visitava com frequencia  a  Casa Branca, em Washington, tornando-se amigo próximo do presidente Barack Obama.
A rápida passagem de Obama no Brasil, ,   tem a significação de quase  uma visita de cortesia à presidente Dilma Rousseff, e assim deverá ser também  no Chile.
No Rio de Janeiro, o presidente Obama, sua esposa e filhas cumpriram uma agenda mais turística, aproveitando para admirar a beleza natural da cidade vista do alto do Corcovado, e uma visita à favela Cidade de Deus,  no morro carioca, hoje pacificada.

O Presidente Norteamericano falará ao Brasil e ao mundo desde a Cinelandia, um ponto central e típico da cidade, porém cercado de enorme aparato policial brasileiro, tropas, blindados e caças Mirage, bem como aviões, navios e helicópteros norteamericanos  e mariners que chegaram  em grande contingente.
Em termos de acordos bilaterais, certamente serão reforçadas negociações que já vinham sendo tratadas desde a época Lula, diante da avassaladora expansão da economia chinesa pelo mundo.
Atualmente a balança comercial entre os dois países pende mais para  o lado americano que vende  cerca de US$ 28 bilhões para o Brasil que, em contrapartida,  exporta   algo como US$ 20 bilhões para os Estados Unidos, com um déficit anual de US$ 8 bilhões.  O Brasil vende menos produtos manufaturados, que são os que agregam valor, ampliam o trabalho e a renda aqui mesmo,  e vende mais matéria prima, insumos na realidade.
Um dos grandes atrativos na conversa de Obama com a nossa presidente Dilma Rousseff deverá versar sobre as enormes reservas de gás e petróleo do pré-sal, uma pauta de suma importância.
Há certas arestas que ficaram para serem aparadas ainda  no final do mandato de Lula,  como é o caso do Irã  e as pretensões brasileiras no Conselho de Segurança da ONU. Haverá tempo para tudo isso? Provavelmente de forma muito rápida.
As relações brasileiro-americanas certamente tem um longo caminho a percorrer, e não serão muito tranqüilas, mas para ambos lados persiste a preocupação com o crescimento chinês, atualmente a segunda potencia econômica do planeta.