A Bahia é feita da Alegria de viver, do acarajé e do avará, do Axé e do Olodum,
Só visitando-a para sentir um indescritível encanto.
A Bahia de todos os Santos desenha um filete dourado em seu majestoso contorno pelo continente, se esconde por trás da alongada Itaparica, e continua pelo Recôncavo.
Do lado do mar aberto, uma imensidão de terras e belas praias, a natureza por aqui tem sido extremamente generosa e nos brinda com sua transbordante exuberância nunca antes vista, a ponto de encantar, já à primeira vista, àqueles cavaleiros com peito de aço e espada na mão que em suas naus singraram o oceano, oriundos do outro lado do Atlântico, das terras do reinado português.
Voltar a Salvador, depois de vários anos, é uma experiência cultural e sensorial extraordinária, e mesmo em apenas alguns dias, o contato com uma população profundamente miscigenada, e por isso mesmo, de uma extrema afabilidade, nos provoca um êxtase cultural intenso.
O tempo passou acompanhado das mudanças das épocas; os séculos marcaram a chegada da modernidade e dos códigos, e o jugo que castigava escravos nas senzalas e pelourinhos foi vencido trazendo ares de liberdade, liberdade que na Bahia se mantém viva e genuína, integrando um fantástico e inigualado mosaico de sincretismo cultural e religioso.
Não é, pois, sem falta de inspiração que grandes nomes como o de Dorival Caymmi nos convidam a ver o que a baiana tem, ou , se você ainda não foi à Bahia... então vá!
A Bahia, como é conhecida a cidade de Salvador pelos próprios baianos, é um contínuo germinar de talentos em todos os campos, e em todos os tempos foi berço de grande parte da intelectualidade brasileira e em seu seio brotaram grandes nomes da literatura, das ciências e das artes. A Bahia é uma festa o ano inteiro, é alegria, religiosidade e carnaval, é lá que todos somos irmãos, sem distinção de raça, cor ou religião, o que vale mesmo é ser feliz.
Para quem chega pelo mar, a primeira imagem é soberba e se alonga na visão até o ponto de inflexão marcado pelo farol da Barra, e na direção oposta, até a ponta do continente entrando nas águas da Bahia, é o Mont Serrat.
Salvador está dividida em duas cidades: a alta e a baixa, ambas ligadas pelo famoso elevador Lacerda e por dois planos inclinados. Na realidade esse desnível desaparece pela cidade adentro. Ao pé do elevador Lacerda a famosa praça Cairú e o Mercado Modelo, atualmente e depois de incêndio que o destruiu, ocupando um enorme galpão com direito a um primeiro andar; lá se encontra tudo que há de típico da Bahia, e ainda demonstrações de capoeira, ao som típico do berimbau e, com um pouco de sorte, até uma demonstração de alguns integrantes da bateria do Olodum.
Elevador Lacerda, que liga a cidade alta à cidade baixa |
Mas é preciso chegar até a Igreja do Bom Fim --de bela arquitetura, cantada em verso e prosa e conhecida no mundo inteiro, quando suas escadarias são lavadas pelas baianas depois da procissão do Senhor dos Navegantes--, para ver como a fé se materializa nas curas representadas por milhares de partes do corpo humano feitas em cera, fotografias e cartas de agradecimento por curas recebidas,
Igreja do Bonfim |
Ao seu lado o promontório do Mont Serrat, canhões da segunda Grande Guerra, e uma visão simplesmente deslumbrante da cidade.
Voltando ao centro, subimos o elevador Lacerda para chegar à Praça da Sé, o cinema Excelsior, e ao lado, o prédio da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, a mais antiga do Brasil, de lá surgiram grandes talentos, cientistas renomados, mentes brilhantes.
Um pouco adiante, e já estamos no Pelourinho. Que espetáculo! É preciso andar devagar, o piso é feito com pedras arredondadas, hoje extremamente lisas, de tanta gente que por elas passou. Os casarões dos senhores do cacau, bem conservados e restaurados, nos oferecem um visual único de arquitetura colonial, aliado às inúmeras cúpulas das igrejas que surgem por todo lado como querendo disputar os espaços.
Hoje não mais existe, mas no centro desse grande pátio inclinado se encontrava o pelourinho, um robusto poste de madeira ou pedra fincado no chão onde eram açoitados os escravos.
Em dois desses casarões Michael Jackson gravou um clipe, com a direção de Spike Lee, e foi acompanhado por centenas de tambores do Olodum.
Depois do Pelourinho é só percorrer pela rua Chile, a Praça Castro Alves, e o corredor da Vitória para descer até a Barra, cujo ponto principal é o Farol da Barra, de onde se domina uma magnífica visão de Itaparica, o Forte São Marcelo e até o Bom Fim, e do outro lado, o início da Orla que nos presenteia com as mais lindas praias brasileiras, como as de Pituba, Jardim D’Alah, Itapoã e até mesmo a lagoa de Abaité, com suas alvas areias.
A Bahia é qualquer coisa de belo, o despertar de uma multidiversidade que mantém latente um misticismo inexplicável que nos encanta e deleita, que nos envolve no sabor de sua culinária típica, e nos presenteia com músicas e ritmos cada vez mais vibrantes, em resumo, falamos de um povo hospitaleiro e amigo e que nos oferece o melhor carnaval brasileiro com as mais belas mulheres.
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