Gostaria de escrever sobre os trunfos da sociedade
em todos os campos na ambiência humana, mas, em muitos aspectos, todos nós não
fazemos opção do que queremos e sim, o que podemos, e muitas vezes, temos que
nos lamentar quando somem de cena personagens importantes no desenvolvimento de
um país, de uma sociedade, como foi o caso do
prematuro desaparecimento do empresário e grande jornalista Roberto Civita.
Roberto Civita herdou do pai, Vitor, um grande
complexo editorial, talvez um dos maiores do Brasil, a EDITORA ABRIL, que hoje
está localizada em sua sede própria na marginal do Rio Tietê.
Nascido na bela e fria Milan, no Norte da Itália,
passou várias vezes pelos Estados Unidos da América onde, entre outros, se
formou como jornalista, mas foi no
Brasil, onde seu pai tinha já uma prodigiosa
editora, que ele encontrou o terreno fértil de que precisava para pôr em
andamento seus projetos.
Lembramos com muito carinho do Bira Coutinho, que
foi Secretário de Comunicação da Prefeitura de Osasco, no Brasil, porque ele
sempre falava de sua larga experiência na Editora Abril, onde alcançou um dos
postos de maior destaque como editor- chefe.
Bira era, na verdade, um exímio escritor, de vez em
quando soltava em jornais locais algum artigo, tão bem escrito e pensado da
primeira à última palavra. Me lembro muito bem que passamos varias tardes
inteiras discutindo sobre os mais variados assuntos. Sempre terminava a conversa em grande estilo, com
seu insuperável senso de humor, disparava uma piada final, com a qual encerrava
uma deliciosa tarde de rememorações
literárias e políticas.
Voltando a falar de Roberto Civita, temos a afirmar
que ele mudou a cara do Brasil, com sua retórica irreparável ele escreveu os
editoriais de grandes revistas, que a sua editora lançou como, Realidade, Exame, Playboy e Veja, entre
algumas revistas.
Vou destacar alguns trechos publicados pela Editora
Abril que bem refletem a importância de Roberto Civita:
Memória - “Gosto de ser editor e o que eu sei fazer é
revista”, dizia Roberto Civita. Mesmo depois de 1990, quando a morte de Victor
Civita o levou a assumir o comando da Abril e chefiar o processo de
diversificação do grupo.
Pioneirismo
- Quando chegou às bancas a primeira edição de VEJA Roberto Civita participou
intensamente das experiências pioneiras que resultam no lançamento de Realidade,
Exame, Quatro Rodas e Playboy, entre outras. E foi ele o primeiro e único
editor de VEJA, hoje a maior publicação do gênero fora dos Estados Unidos.
“Ninguém é mais importante que o
leitor, e ele merece saber o que está acontecendo”, lembrava aos
recém-chegados. “Veja existe para contar a verdade, a fórmula é muito simples,
difícil é aplicá-la o tempo todo”, dizia ele com muita propriedade.
Risonho, cordial, otimista,
Roberto Civita sempre acreditou que nenhuma atividade vale a pena se não for
praticada com prazer. “Você está se divertindo?”, perguntava insistentemente
aos profissionais com quem convivia.
Mantinha-se
otimista mesmo quando contemplava a face sombria do país na época do governo de
exceção. Para ele, o Brasil só conseguia atacar com eficácia seus muitos
problemas se antes aperfeiçoasse os entraves à livre iniciativa e consolidasse
o estado democrático de direito. “O que VEJA defende, em essência, é o cumprimento da Constituição e das leis”,
repetia.
HUGO ALBERTO CUÉLLAR URIZAR
É Cineasta, Jornalista e Escritor, é diretor
técnico
Da Produtora Sudameris Filmes em Osasco/SP
sudamerisosasco@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário