1 de junho de 2013

Roberto Civita




Gostaria de escrever sobre os trunfos da sociedade em todos os campos na ambiência humana, mas, em muitos aspectos, todos nós não fazemos opção do que queremos e sim, o que podemos, e muitas vezes, temos que nos lamentar quando somem de cena personagens importantes no desenvolvimento de um país, de uma sociedade, como foi o caso do  prematuro desaparecimento do empresário e grande jornalista  Roberto Civita.

Roberto Civita herdou do pai, Vitor, um grande complexo editorial, talvez um dos maiores do Brasil, a EDITORA ABRIL, que hoje está localizada em sua sede própria na marginal do Rio Tietê.

Nascido na bela e fria Milan, no Norte da Itália, passou várias vezes pelos Estados Unidos da América onde, entre outros, se formou como  jornalista, mas foi no Brasil, onde seu pai tinha já uma prodigiosa  editora, que ele encontrou o terreno fértil de que precisava para pôr em andamento  seus projetos.

Lembramos com muito carinho do Bira Coutinho, que foi Secretário de Comunicação da Prefeitura de Osasco, no Brasil, porque ele sempre falava de sua larga experiência na Editora Abril, onde alcançou um dos postos de maior destaque como editor- chefe.

Bira era, na verdade, um exímio escritor, de vez em quando soltava em jornais locais algum artigo, tão bem escrito e pensado da primeira à última palavra. Me lembro muito bem que passamos varias tardes inteiras discutindo sobre os mais variados assuntos. Sempre  terminava a conversa em grande estilo, com seu insuperável senso de humor, disparava uma piada final, com a qual encerrava uma  deliciosa tarde de rememorações literárias e políticas.

Voltando a falar de Roberto Civita, temos a afirmar que ele mudou a cara do Brasil, com sua retórica irreparável ele escreveu os editoriais de grandes revistas, que a sua editora lançou como,  Realidade, Exame, Playboy e Veja, entre algumas revistas.

Vou destacar alguns trechos publicados pela Editora Abril que bem refletem a importância de Roberto Civita:



Memória -  “Gosto de ser editor e o que eu sei fazer é revista”, dizia Roberto Civita. Mesmo depois de 1990, quando a morte de Victor Civita o levou a assumir o comando da Abril e chefiar o processo de diversificação do grupo.

Pioneirismo - Quando chegou às bancas a primeira edição de VEJA Roberto Civita participou intensamente das experiências pioneiras que resultam no lançamento de Realidade, Exame, Quatro Rodas e Playboy, entre outras. E foi ele o primeiro e único editor de VEJA, hoje a maior publicação do gênero fora dos Estados Unidos.
“Ninguém é mais importante que o leitor, e ele merece saber o que está acontecendo”, lembrava aos recém-chegados. “Veja existe para contar a verdade, a fórmula é muito simples, difícil é aplicá-la o tempo todo”, dizia ele com muita propriedade.
Risonho, cordial, otimista, Roberto Civita sempre acreditou que nenhuma atividade vale a pena se não for praticada com prazer. “Você está se divertindo?”, perguntava insistentemente aos profissionais com quem convivia.

Mantinha-se otimista mesmo quando contemplava a face sombria do país na época do governo de exceção. Para ele, o Brasil só conseguia atacar com eficácia seus muitos problemas se antes aperfeiçoasse os entraves à livre iniciativa e consolidasse o estado democrático de direito. “O que VEJA defende, em essência, é  o cumprimento da Constituição e das leis”, repetia.

      

HUGO ALBERTO CUÉLLAR URIZAR

É Cineasta, Jornalista e Escritor, é diretor técnico
Da Produtora Sudameris Filmes em Osasco/SP
sudamerisosasco@hotmail.com





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