A biografia dos grandes homens e mulheres que escreveram suas histórias sempre foram motivo de inspiração, e quando transladados ao celuloide, mostraram a saga, o talento e a vontade estóica de personalidades que entusiasmaram e ainda empolgam gerações.
Não se pode, no entanto, dizer o mesmo de alguns dos nossos políticos, cujas histórias começam a ser escritas com a rudeza com que conduziram suas ações políticas.
Evidentemente que há obras, como a de Denise Paraná, Lula o filho do Brasil, plena de emoção e de relatos que constroem uma história oral ímpar.
Mas se a história de Lula, o retirante de Garanhuns, Pe., que viveu uma vida humilde e pobre no ABC, até chegar, depois de intensa militância política e ser um dos fundadores do PT, ao maior cargo público do país, emociona e se valoriza através de relatos próprios, o filme produzido já não soube transmitir todo essa epopeia de luta, daquele que hoje é considerado o maior presidente que o Brasil já teve, e que, provavelmente voltará ao cargo em breve.
Nos últimos tempos outros nomes importantes da política brasileira como o de Antonio Carlos Magalhães, o ACM, não recebeu o mesmo tratamento pelos seus biógrafos e historiadores, e em Memórias das Trevas, João Carlos Teixeira Gomes, num grosso volume de quase oitocentas páginas, faz uma verdadeira devassa na vida de ACM.
Sem misericórdia Teixeira Gomes, estraçalha a vida de Antonio Carlos Magalhães, apresenta argumentos e fatos, e afirma que ele nunca foi o “ Leão da Bahia e que não passaria do feitor de um estado que vive nas trevas, sob o domínio do medo e da intimidação”, e continua, “João Carlos Teixeira Gomes, o Joca, desarmado até os dentes, só não partiu para um duelo, ao cair da tarde, com o dono da Bahia”.
Não devemos deixar de mencionar aqui outra obra não menos importantes, esta de Cláudio Humberto, íntimo colaborador do então presidente e hoje senador Fernando Collor de Mello. Em mil dias de solidão, o relato patético da queda de um homem que levantou o Brasil por trás da chama de uma esperança poucas vezes sentida.
Claudio Humberto faz um relato minucioso dos tempos duros do impeachment, e os dias duros de reclusão na Casa da Dinda.
Na realidade a história de Collor é muito forte, e transfere para o leitor também o impacto causado pelo desarranjo familiar, as picuinhas do poder, as mazelas que se escondem atrás de inúmeros gabinetes.
Em Osasco lembramos do ex-presidente Collor quando encheu de gente por completo o largo de Osasco e inflamou todo mundo com um discurso jovem, de força e vivacidade.
Para quem gosta destas biografias surpreendentes, surge agora uma obra muito forte, incisiva e cortante do jornalista Palmério Dória sobre a vida de e a história do ex-presidente, José Sarney.
A editora Geração Editorial balançou o mercado editorial com esta obra polêmica e ousada, de inesperadas revelações e de onde o Senador Sarney não sai incólume nem um pouquinho, ao contrário, mostra uma face soturna, dúbia e que infunde terror. A obra já provocou confrontos no Maranhão, o latifúndio da família Sarney.
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