Uma das viagens mais importantes da minha vida foi aquela que, junto com dois colegas jornalistas, cheguei até a remotíssima e longínqua Katmandu, a capital do antigo reino do Nepal, num vale entre os flancos do teto do mundo, a Cordilheira do Himalaia.
Evidentemente que essa experiência era para mim algo irreal, pois chegávamos a uma cidade quase totalmente escura e com apenas um voo por dia para Nova Delhi, na Índia.
Na realidade voltávamos alguns bons séculos no tempo, e nas ruas estreitas dessa cidade víamos o que há de mais rudimentar com uma arquitetura inspirada no hinduísmo e no budismo; um mundo estranho e misterioso, com ruas e palácios enfeitados com enormes estátuas de leões, geralmente ameaçadores, grosseiros.
Uma viagem de pouco mais de uma hora de carro, beirando imensos campos de mostarda, nos levaria até Bhaktapur, uma cidade ainda mais antiga e que até a unificação do Nepal fazia parte de um reinado independente, mas que até hoje ainda se mantém por completo medieval, e foi ali onde sem nenhum cenário maior , Bernardo Bertolucci filmou “ O pequeno Buda”.
Em Bhaktapur nos assombramos com os hábitos do povo. Às margens de um rio que atravessa boa parte da cidade, encontramos os locais de cremação dos mortos, sempre cheia de corpos ardendo, uma imagem dantesca que choca fortemente. Pouco adiante, as casas do silêncio, pequenas casinhas com uma porta que parece cela de prisão, lá são deixados os doentes considerados irrecuperáveis, ficam à mingua até morrer, para depois serem cremados.
Tudo isso vimos, e respeitamos, afinal trata-se da expressão de uma cultura, são os costumes e as crenças de uma sociedade, e por mais que não as aceitemos, temos que respeitá-las.
Sem tanto contraste, aqui mesmo temos muitas diferenças políticas, religiosas, e socioeconômicas, entre tantas outras, mas todas deveriam ser sempre respeitadas, o que não significa aceitar e nem aderir.
O casamento Comunitário que sempre é feito em maio pela Prefeitura de Osasco, através de uma iniciativa do ex-vereador Dr. Faisal Cury, realizou o sonho de muitos que não podiam se casar por falta de meios financeiros, outros por diversos impeditivos, mas que com a ajuda da Prefeitura, através do Fundo Social de Solidariedade, transformaram seus sonhos em realidade.
E, assim, 460 casais este ano realizaram com muita alegria sua união, e ainda receberam dos padrinhos, o Prefeito Emidio de Souza e a Primeira-dama, um grande Show de presente com a apresentação da dupla Jean e Giovani.
Mas em todo esse clima de alegria e simplicidade, uma equipe de TV da Grande mídia destoava grosseiramente, e levou ao ar, em sentido claramente desrespeitoso, um programa humorístico onde fazia chacota dos casais que ali estavam consolidando uma sonhada união!
Nós poderíamos criticar o que vimos la no Nepal, uma questão de índole e porque, sobretudo, há que se respeitar às pessoas, sua vontade, porém, infelizmente o pessoal que faz humorismo às custas das pessoas mais humildes, não sabem que são eles mesmos os maiores palhaços!
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