Quando se viaja por Israel, geralmente no começo do ano, e especialmente pela internacional Jerusalém, em tempo das curtas tréguas entre judeus e palestinos, respira-se um ar suave e fresco, próprio, da época e da evocação divina de Jesus.
Ao subir pelo Monte das Oliveiras, uma encosta que dá de frente com os muros da cidade antiga, pelo lado oeste, portanto, , muito próximo do Monte Moriah, onde repousa a Mesquita de O Aqsa, e o Muro das Lamentações, num planalto que é considerado o lugar mais sagrado da cidade, entendemos cada vez mais a complexidade do ser humano que, apesar de um único e eterno Deus, tem sempre que se dividir e guerrear sem trégua em qualquer tempo.
Mas, o respeito por tudo que é sagrado e pelos lugares por onde passou nosso Deus quando esteve entre nós, nos transporta instintivamente a sentir músicas celestiais, melodias e composições que elevam nosso espírito e, nesse contexto, difícil seria separar o grande Zubin Mehta, regente vitalício da Orquestra Filarmônica de Israel, que tantas vezes veio nos deleitar com grandiosos concertos.
De origem indiana, o Grande regente nasceu em Bombain, e já aos 18 anos estudou no Conservatório de Viena, na Áustria, em 1958, onde fez sua estreia; foi o início triunfal que o levaria pelos maiores conservatórios e filarmônicas do mundo.
Numa carreira plena de sucessos, o grande Zubin Mehta regeu grandes concertos e só para se ter idéia, foi talvez um dos poucos a reger a Orchestra de Maggio Musicale Fiorentino e a Ochestra del Teatro dell’Opera di Roma, com a participação nada menos que dos tenores, José Carreras, Luciano Pavarotti e Plácido domingos, em Roma.
Não é preciso falar muito para ressaltar a importância do maestro conhecido mundialmente, tanto que sua vida está sendo plasmada nas páginas de um livro biográfico intitulado: “The Zubin Mehta Story”, escrito a quatro mãos por Martin Bookspan e Ross Yockey, do qual também, já surge o roteiro de um filme sob a direção do documentarista Terry Sanders.
Nesta terça-feira o maestro desembarcou em São Paulo, veio dar continuidade a um trabalho muito especial que desenvolve na favela paulistana de Heliópolis, na capital Paulista. Na realidade o grande regente, que desenvolve um amplo trabalho do mesmo gênero na Índia, se integrou por completo com o trabalho social que é desenvolvido pelo Instituto Bacarelli, e hoje, através de sua indicação, já levou sete músicos brasileiros, oriundos de áreas pobres, para a integrar a Orquestra jovem da Filarmônica de Israel, que é mantida numa cooperação entre a Filarmônica, da qual é regente Vitalício e a Universidade de Tel Aviv, que desenvolve um departamento especialmente para alavancar novos talentos para a famossíssima Orquestra Filarmônica de Israel.
Ainda se anunciam algumas apresentações de Mehta no interior de São Paulo, uma excelente oportunidade para desfrutar da magia com que o maestro sabe reger uma filarmônica, elevando cada nota, de cada instrumento, a um nível quase celestial. Se puder assistir o grande maestro, não perca por nada!